martes, 20 de marzo de 2007

À SOLIDARIEDADE ENTRE OS POVOS


Somos como os brotos das sementes espalhados campo a fora, em busca de uma fresta na terra para respirar a liberdade. O canto da verdade pertence ao que chamamos vida; semente é como gente, não pode ser comida.
A aurora do nascimento avisa pela dor quando a semente quer deixar de ser flor. Fecundar é sua vontade. Procura por isso resvalar pela umidade, por um canal que lhe instigue o olho a abrir-se feito a força de um vulcão para romper a crosta, que se prostra diante da marcha desta revolução.
Se a crosta é dura os ombros do broto forçam sua abertura. Assim com força e com ternura, desponta aquilo que procura forma, não é uma reforma, é nascimento de algo terno e puro, que quer espaço e ligar-se por um laço, do passado ao futuro. Onde se vê por aparência o fruto já maduro.
A chuva como lágrimas refrescantes, lavam os olhos nas cascas das sementes, enfileiradas nos canteiros que sobem com uma boina na cabeça como um novo guerrilheiro que, envergonhado com cores indefinidas, põe força para ser reconhecido, é o lutador se fazendo em cada um de seus gemidos.
E o horizonte se estende como uma bandeira a espera pelos passos de quem caminha. Engatinha preguiçoso na garupa das montanhas a espera do aceno do raiar do novo dia, desvendando os segredos e aproximando a utopia.
Os brotos temerosos nascem enrolados. Os destemidos buscam desde cedo seguir o seu caminho. Os que olham para cima, já tomaram em suas mãos a auto-estima. O queixo levantado em constantes movimentos, como um tornado sendo o acontecimento.
O universo é o invólucro da semente humana, nele se encontram os povos para lutar contra os senhores, dando força e vida aos valores.
A castanha tem a casca dura, mas o broto teimoso sempre fura a sua rudeza. Nenhum império com sua fúria incontida pode deter um nascimento, pois dentro dele apesar do sofrimento, existe vida, força da natureza.
A casca da semente em sua triste fadiga, cumpre apenas o papel de ser barriga. Por mais dura que seja por fora, guarda dentro de si a aurora do dia que se avizinha. A utopia é uma arvorezinha que dorme e quer nascer, depende do querer de quem passos alinha.
É justo que existam diferenças. Sementes de todas as qualidades, cada qual com sua identidade. Delas vem os brotos com suas cores: operários, camponeses, professores, como a floresta, cheia de silenciosos construtores.
Há sementes em todos os continentes, África, Antártida, Ásia, Europa, Oceania e América, algumas com fuzis em punho buscam abrir a terra, é a luta dizendo ser capaz, contra a vontade dos impérios de fazer nascer a paz.
O imperialismo é um inseto que come o olho da semente. É preciso combatê-lo ferozmente, não importa com que roupa se apresente. Sua perversidade se combate de verdade com a solidariedade de todos os continentes.
As potências perderão sua arrogância, no dia em que a sua ganância tiver a sentença escrita em uma lauda: A vida é para se viver, mas quem quiser explorar para com isso ter prazer, terá que comer, se quiser, a própria cauda.


A . Bogo

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