martes, 6 de marzo de 2007

AO TEMPO


Um povo desenvolvido, sentia-se protegido por um pássaro veloz. Uma águia na verdade, que comia as liberdades, impondo pesadas ordens com a força de sua voz.
Seu ninho, uma atração. Levava com a força de suas pernas, as riquezas que encontrava, e quando alguém a contestava, usava a “palmatória”, uma nota promissória, de uma dívida externa.
Seus vôos não tinham divisas nem fronteiras. Seus produtos deviam estar em todas as prateleiras. Sua língua? Uma imposição. A moeda? Uma lei: a dolarização.
Armamentos? Sempre produziu. Poluía o planeta com gases e fumaça, e se alguém a contesta-se, saia das reuniões sempre fazendo ameaças.
Suas relíquias? Preservadas. Forças altamente preparadas, delas tomavam conta. Constava: uma casa branca, dois prédios de 122 andares, e um conjunto de cinco pontas.
Um dia a águia e seus filhos adormeceram. Três penas de sua cauda desprenderam e velozes voaram para o ar. Por azar, foram se chocar contra as torres alvissareiras, e lá desceram elas mergulhadas na poeira.
A águia triste e desmoralizada, por ter levado tal rasteira, procurava os culpados, com olhar desconfiado, pois, as penas tinham se desgarrado de sua própria sambiqueira.
Quem provocou as penas a voarem? Quem instigou de longe e de bem perto? Quem bombardeou nas selvas e no deserto? Quem matou com chumbo e de fome a céu aberto milhões de inocentes? Pois, as penas que caíram, eram frutos bem maduros que jogaram suas sementes. Bem entendido: “Quem com unhas fere, com unhas será ferido”
E o que faziam os “vitimados”, quando a águia ciscava e abatia, durante anos, meses e dias, outros Estados? Por acaso não era terrorismo, jogar bombas, durante a madrugada, quando dormiam as crianças, desde Granada? A seguir milhões que morreram de emboscadas, em outros pontos vítimas da triste sina, como até hoje na extinta Palestina sem direito a gritar, e muito menos a se mostrar na tela da televisão? Dizem que: “Quem vê cara não vê coração”, mas muito sentimento pode esconder um grande fingimento.
Pedir clemência a quem, se és poderosa? Pedir ajuda a quem, se tens autonomia? Não há coisa mais hipócrita e ilegítima, quando o carrasco se coloca como vítima.
Enfim, o tempo venceu mais uma vez. A eternidade não existe para um reinado! Todo poder pode ser contestado. Ninguém é tão sabido que não aprenda uma lição. Se um povo pode ter a sua nação. Um país a sua soberania. A prepotência tem limites e se deita diante de quem aprendeu a olhar o tempo com os olhos marejados de utopia.
Terrorismo é o que vivemos aqui, marcados e mandados pelos silvos do FMI. Viver sobressaltados em permanente insônia, vendo as garras da águia depredar a Amazônia. Ser obrigados a engolir a Coca-Cola, e ver nossas crianças e jovens sem escola.
Terrorismo não é apenas bombardear, se chocar e matar seres altivos, é mais: é fingir que mata de repente, no entanto, deixa a penar vivos, tendo que tirar da boca a comida e engolir em seco uma ferida, enquanto o império se mantém na orgia, bebendo a hemorragia de nossa carne ressequida.
Salve o tempo! Salve o tempo! É o único instrumento que ninguém cala, nem derrota, nem impede de existir. É ele quem faz o amanhecer, e deitado na linha do horizonte deixa o sol nascer para fazer sorrir, seca o orvalho e no galho, faz a flor se abrir.


A . Bogo

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