martes, 27 de marzo de 2007

A CUBA



Estivemos em Cuba em busca de alento para nossos sentimentos. Era verdade o que se dizia; lá povo é um composto de coragem e ousadia. Não se entrega nem desanima, anda de cabeça erguida demonstrando auto-estima.
A quem vai a princípio a surpresa é instigante, pergunta-se sobre o grande comandante que, embora o tempo lhe tenha tirado da face a juventude, comporta-se como um guerrilheiro, move-se o tempo inteiro e aparenta boa saúde.
O que vimos ali com o que temos aqui não se compara, o povo segue fielmente os ensinamentos de Martí e Che Guevara. Convencidos, não pensam o contrário; empenham-se no trabalho voluntário.
Os camponeses têm consciência da missão e produzem alimentos para toda a nação. Misturam ideologia e sentimento; há uma estátua de Martí em cada assentamento. Exposto em uma praça florida; assim se percebe que a ideologia tem vida.
Como um menino Fidel passeia entre o povo, é o velho guerrilheiro que encarna as qualidades sonhadas do homem novo. Com sua farda verde oliva demonstra confiança, não descansa, anda e abraça com simplicidade, apesar de sua idade.
Perdeu a maciez da pele e a robustez das pernas que o fazem andar mais lento, mas não demonstra fraqueza nem temor, é querido pelo povo por ser este lutador, que, não se pára de falar do socialismo, enquanto sem trégua combate o imperialismo.
Não há propagandas de mercadorias, nas ruas se respira ideologia. Todos sabem em qualquer idade o que é a revolução e a ela se dedicam com paixão.
Em Santa Clara está o Che descansando no memorial com mais 38 guerrilheiros postos em forma, onde ele é o comandante. A arquitetura é feita como se eles descansassem para seguir adiante.
Os valores estão em toda parte, comprova-se de fato que a revolução é uma arte. As proporções entre nós são diferentes e mudam a consistência, lá o país é pequeno mas o povo é a potência. Aqui o país é imenso mas pequena é a consciência.
O que dizer para aqueles que criticam? Que o socialismo de lá é cheio de defeitos? Para quem quer mordomias, de fato em Cuba não tem jeito. Não cabe lá a “democracia” daqui com suas injustiças astronômicas, lá o povo tem o básico e não vota em máquinas eletrônicas. Nem por isso deixa de ser feliz, participa ativamente da defesa do país. Quer mais democracia que isto?
Aos que lá vão e voltam criticando, é sinal que estão se petrificando.
Quanto a nós, dizemos sem constrangimento que Cuba representa um farol neste momento. Aceso no meio do oceano, nas barbas do Tio Sam expondo sua ousadia, é sinal que aquele povo se alimenta de utopia.
Resumindo, pode-se dizer livremente sem apertos: fomos a cuba, não vimos erro algum; estavam escondidos atrás dos acertos.
Pátria ou morte! Venceremos! Não são palavras vazias, são atitudes e valores em construção que somente as entende quem vive em uma revolução.


A . Bogo

sábado, 24 de marzo de 2007

AO SOCIALISMO



É preciso despertar enquanto é cedo. Perder o medo de dizer de que lado se está. Como a chuva que também cai devagar, e não deixa de cumprir com sua sina; molha todas as plantas com neblina e lava a poeira do calor. Beija a boca doce de cada flor e limpa as impurezas do ar que o império contamina. Por isso, desperta América Latina!
É verdade que tivemos no passado erros cometidos pelo “socialismo de Estado”, que nos jogou para a periferia da história. Que negou quase um século de memória e de sonhos interrompidos por canhões, mas jamais tantos povos e nações, conseguiram juntamente tanta glória.
Um vazio pode-se dizer. Um vazio nasceu no lugar das frustrações. Mas quem é o império para querer dar lições, qual chicote querendo acariciar? Sopra onde não pode beijar, qual dragão sem sorrir mostrando os dentes, faz da mídia um chocalho de correntes, tripudiando sobre alguém que não morreu. Se de um lado se agarra aos judeus, de outro devora os palestinos, e oprime africanos e latinos, pondo a culpa no tempo que não cedeu.
É verdade que há uma confusão que engole as utopias. Desmontou-se a ideologia na maioria das cabeças congeladas. Que tinham aprendido à marteladas, pela ordem dos partidos comunistas, mas então não eram marxistas? Pois, a ciência não pode ser acorrentada.
Dois pólos continuam a se enfrentar, mesmo tendo caído o muro de Berlim. Aquilo não significou o fim da briga entre a ética e a opulência. Acontece que, quando se tira da história a ciência, os sentimentos é que tomam conta, por isso um dos pólos virou o islamismo e se defronta, no vácuo deixado pelo socialismo.
É isso que precisamos decifrar. Caso contrário ficaremos sobre o muro. A guerra não é entre puros e impuros, mas entre ricos e desfavorecidos. Os Talibãs por mais erros que tenham cometido, influídos por sua religião, mas por trás de seus atos existe uma nação, que a anos luta contra impérios intrometidos.
O imperialismo é o inimigo da humanidade. Ele faz o terror entrar pelas janelas. Milhões e milhões morrem asfixiados, sem poder dizer sequer um não. Já foram ao Vietnã e perderam para nossa alegria, preparemo-nos pois, chegará o nosso dia, de lutar cantando uma canção.
Pátria ou morte! Pátria ou morte! Viva a solidariedade. É a guerra do míssil contra a carta que leva até a casa do império o pó que envenena o ar, para ele saber como é ruim morrer sem respirar, como faz morrer nosso planeta. Morte ao boi, “ao boi da cara preta” que não pega ninguém, pois as crianças já não tem mais medo de careta.
Religião é religião e não ciência, passou a ocupar este lugar depois que a ideologia dos pobres falhou em sua experiência, mas terá que se reabilitar. Não existe tempo e nem lugar, pois esta profecia não se supera não! Somos a última classe em ascensão, para chegarmos à nova sociedade; onde o pão se servirá repartido em metades; as pessoas se abraçarão mas sem cinismo; não haverá paz na terra nem perdão, enquanto a humanidade numa só revolução, não implantar amplamente o socialismo.


A . Bogo

jueves, 22 de marzo de 2007

PARA SERMOS IGUAIS


Para ver-nos nas flores, façamos os jardins. Eles crescerão na alma das futuras gerações, que repetirão em canções as intenções plantadas; como as rosas rosadas que espelham as paixões.
Para ver-nos nas águas, preservemos os rios. Eles são os trilhos que multiplicarão os filhos de todas as espécies. Com os bens naturais é preciso fazer mais, assumir o seu cuidado. As empresas multinacionais entram cada vez mais, no coração das águas para controlarem os passos da vida. Com sofisticadas redes prendem os direitos, fazendo de quem da terra é seu sujeito, beber a própria sede.
Para ver-nos nas árvores, preservemos as florestas. Elas garantirão para cada geração a recompensa: cuidar de suas doenças e purificar o ar. Ajudarão a molhar e evitar os desertos que já estão bem perto. Só no Brasil, ficamos envergonhados, a saber que já chegam 574 Km2.
Para termos, o pão preservemos a terra. Ela é a mão que alimenta oferecendo a cada boca suas colheitas. A erosão, a contaminação o fogo e a má utilização dos recursos naturais, já fazem a cada hora uma espécie ir embora, de flores, ervas, insetos ou de animais. E para nunca mais.
Para ouvirmos um canto, preservemos os passarinhos. Eles sempre dizem de seu jeito, que o maior tesouro, do homem ou do touro, está no próprio peito. Não é o coração mas a força da paixão que move a tempestade da vontade de voar, e ao mesmo tempo de cantar. O pássaro não engana; por ser qualificado, aplica o ditado de “assobiar e chupar cana”.
Para ganharmos um beijo, preservemos o homem e a mulher. É a única possibilidade de dizer que a vontade de amar triunfará. Preservemos o olhar para poder andar. Preservemos o amor para zelar da flor. E preservemos a verdade para que vingue a solidariedade.
Como é difícil provar que o futuro se constrói pelo presente! Que, quem aqui está, nada mais fará que lutar para preservar o que se tem, que tomamos emprestado das gerações que vem. Todas nascem pacíficas e controladas, mas se obrigam a lutar para consertar o que, os que passam primeiro, como em fim de festa, sujam o espaço inteiro.
Quem nasce acha seu espaço já virado, por àqueles que não souberam comportar-se no presente ou no passado.
O imperialismo destrói e impõe normas para que as sobras dos rios se tornem grandes negócios. Já não se coloca como sócio, quer ser proprietário da água onde ela estiver. Por isso dizem que o FMI, recomenda às nações que acelerem as privatizações de todos os mananciais. Isso é demais!
Dizem que estratégico é investir na indústria, no petróleo e em tecnologias. Mas as conseqüências por todos conhecidas é que: uma nação sem água e sem comida, não terá sua descendência repetida. Estratégico mesmo é investir na vida.
“Quem semeia ventos, colhe tempestades”. Ainda falta revelar-se totalmente esta verdade. Façamos alguma coisa, ainda sobra da vida, pelo menos a metade.



A . Bogo

martes, 20 de marzo de 2007

À SOLIDARIEDADE ENTRE OS POVOS


Somos como os brotos das sementes espalhados campo a fora, em busca de uma fresta na terra para respirar a liberdade. O canto da verdade pertence ao que chamamos vida; semente é como gente, não pode ser comida.
A aurora do nascimento avisa pela dor quando a semente quer deixar de ser flor. Fecundar é sua vontade. Procura por isso resvalar pela umidade, por um canal que lhe instigue o olho a abrir-se feito a força de um vulcão para romper a crosta, que se prostra diante da marcha desta revolução.
Se a crosta é dura os ombros do broto forçam sua abertura. Assim com força e com ternura, desponta aquilo que procura forma, não é uma reforma, é nascimento de algo terno e puro, que quer espaço e ligar-se por um laço, do passado ao futuro. Onde se vê por aparência o fruto já maduro.
A chuva como lágrimas refrescantes, lavam os olhos nas cascas das sementes, enfileiradas nos canteiros que sobem com uma boina na cabeça como um novo guerrilheiro que, envergonhado com cores indefinidas, põe força para ser reconhecido, é o lutador se fazendo em cada um de seus gemidos.
E o horizonte se estende como uma bandeira a espera pelos passos de quem caminha. Engatinha preguiçoso na garupa das montanhas a espera do aceno do raiar do novo dia, desvendando os segredos e aproximando a utopia.
Os brotos temerosos nascem enrolados. Os destemidos buscam desde cedo seguir o seu caminho. Os que olham para cima, já tomaram em suas mãos a auto-estima. O queixo levantado em constantes movimentos, como um tornado sendo o acontecimento.
O universo é o invólucro da semente humana, nele se encontram os povos para lutar contra os senhores, dando força e vida aos valores.
A castanha tem a casca dura, mas o broto teimoso sempre fura a sua rudeza. Nenhum império com sua fúria incontida pode deter um nascimento, pois dentro dele apesar do sofrimento, existe vida, força da natureza.
A casca da semente em sua triste fadiga, cumpre apenas o papel de ser barriga. Por mais dura que seja por fora, guarda dentro de si a aurora do dia que se avizinha. A utopia é uma arvorezinha que dorme e quer nascer, depende do querer de quem passos alinha.
É justo que existam diferenças. Sementes de todas as qualidades, cada qual com sua identidade. Delas vem os brotos com suas cores: operários, camponeses, professores, como a floresta, cheia de silenciosos construtores.
Há sementes em todos os continentes, África, Antártida, Ásia, Europa, Oceania e América, algumas com fuzis em punho buscam abrir a terra, é a luta dizendo ser capaz, contra a vontade dos impérios de fazer nascer a paz.
O imperialismo é um inseto que come o olho da semente. É preciso combatê-lo ferozmente, não importa com que roupa se apresente. Sua perversidade se combate de verdade com a solidariedade de todos os continentes.
As potências perderão sua arrogância, no dia em que a sua ganância tiver a sentença escrita em uma lauda: A vida é para se viver, mas quem quiser explorar para com isso ter prazer, terá que comer, se quiser, a própria cauda.


A . Bogo

domingo, 18 de marzo de 2007

viernes, 16 de marzo de 2007

AO PERFUME


O ódio é um péssimo companheiro. Filho do descontrole emocional, é quase irracional. Com ele o império vira bicho: se retrai, se contrai, se destrói. Não se faz herói da prepotência nem da indecência pois a conseqüência é o lixo.
A indignação não é ódio. É razão misturada a sentimentos. Sem momentos de avalanches, que desmanchem a consciência. É clemência, paciência e generosidade. É não aceitar pela metade algo que deve ser inteiro. É ver no desconhecido um companheiro quando luta pela mesma liberdade.
O ódio do império esconde um grande medo: ser surpreendido por segredos. Por isso alimenta a mágoa, que lhes cega a esperança. Fica com a desconfiança de beber a própria água. Repetindo: de que vale a prepotência a ganância, a intolerância e a mágoa, se, quem se diz dono do mundo, no fundo, tem medo de beber a própria água?
É bom ver a opulência desmanchando-se em poeira. É como se uma espessa cabeleira fosse varrida pela ventania, pagando em um só dia, o que fez o tempo inteiro. Sentindo de perto o cheiro da vergonha do Rei que ficou nu. Sem ninguém que o conforte, como um chicote em sua mão, batendo sem perdão, no próprio couro cru.
Satisfação; é um sentimento onde se mistura suspiro com sorriso, onde o juízo acalenta a utopia. Vê, prevê e guia, a arte de edificar ternura.; um renascer em cada criatura que se alimenta de eterna rebeldia.
Chega o dia em que os tiranos ficam como os cães idosos que perderam os dentes e já não mordem, mesmo mantendo nos velhos olhos a sanguinária ira. Suas causas são feitas de mentiras e não servem para animar a liberdade. Nem a noite que amedronta controla a eternidade. Ela não detém a ousadia da luz, que arrebata seu capuz, com gestos de solidariedade.
A mesma força que obriga os tiranos a se unirem, pode levá-los à destruição. A força dos povos nutre-se de indignação. Pode acordar em luta após a longa pausa, e unir-se ao redor de uma só causa: pisar sobre os tiranos e resgatar em dias todos os anos, que se perderam por debaixo da opressão.
Como as florestas incendiadas clamando pela chuva se parecem as nações, devendo aos tiranos o que já não podem mais pagar, como o fogo que queima de vagar até chegar ao lago da revolta. Ali o grande encontro guarda uma saída: voltar, e numa festa, fazer como a floresta: em cada galho, ver um atalho que deixa brotar a nova vida.
As mãos dos lutadores estão ligadas aos braços que distribuem abraços, e não à violência e ao terror, estas são as armas do imperador, que faz da dor a sua missão. Põe a culpa de seus atos em quem canta uma canção, condenando a harmoniosa melodia. Esconde-se por trás da economia como um rato a espreitar o queijo, e não sabe o calor que tem um beijo, pois sua boca só mastiga covardia.
É portanto conveniente, espalhar a semente do amor como um costume. Pois, por mais que o ódio provoque muita dor e, leve o tirano em sua ira até pisar a flor, terá sempre primeiro que, passar pelo canteiro e respirar o seu perfume.


A . Bogo

A prova dos nove

Você conhece a dor da saudade?
Como um dia de cansaço fatigante...
Já provou o teor da verdade,
O seu revés e a histeria gritante?
Deixou se levar pelo medo,
Pelas ganas que surgem em sua vida?
Guardou e rompeu um segredo?
Soltou a voz e dosou sua medida?
Congelou sonhos e desejos?
Atirou-se no espaço e no tempo?
Fez de si um grande manejo?
Se esqueceu por um certo momento?
Buscou ser feliz algum dia?
Desafiou a sua própria derrota?
Investiu em sua alegria,
Mirando uma semente que brota?
Sentiu-se só junto (a) multidão?
Ao mudar-se pisou em um chão sem terra?
Fez de seu pranto uma canção,
E de seu tempo uma grande espera?
Amou o que e quem não devi(a)?
Assombrou-se com o seu próprio ser?
Pensou ver o que não havia?
Deixou de lado a vontade de viver?
Apegou-se numa esperança?
Se pos a caminhar em plena chegada?
Guiou-se por uma lembrança,
Por algum feito ou marca passada?
FELICIDADE: UTOPIA SENTIDA,
É A BUSCA QUE NOS MOVE!
FRACASSO E VITÓRIA ATINGIDA,
É A PROVA REAL DOS NOVE!!!

Marthin Zang, 01/03/2005

Flor de un árbol que se encuentra en el sitio donde será construido el IALA.


martes, 6 de marzo de 2007

AO TEMPO


Um povo desenvolvido, sentia-se protegido por um pássaro veloz. Uma águia na verdade, que comia as liberdades, impondo pesadas ordens com a força de sua voz.
Seu ninho, uma atração. Levava com a força de suas pernas, as riquezas que encontrava, e quando alguém a contestava, usava a “palmatória”, uma nota promissória, de uma dívida externa.
Seus vôos não tinham divisas nem fronteiras. Seus produtos deviam estar em todas as prateleiras. Sua língua? Uma imposição. A moeda? Uma lei: a dolarização.
Armamentos? Sempre produziu. Poluía o planeta com gases e fumaça, e se alguém a contesta-se, saia das reuniões sempre fazendo ameaças.
Suas relíquias? Preservadas. Forças altamente preparadas, delas tomavam conta. Constava: uma casa branca, dois prédios de 122 andares, e um conjunto de cinco pontas.
Um dia a águia e seus filhos adormeceram. Três penas de sua cauda desprenderam e velozes voaram para o ar. Por azar, foram se chocar contra as torres alvissareiras, e lá desceram elas mergulhadas na poeira.
A águia triste e desmoralizada, por ter levado tal rasteira, procurava os culpados, com olhar desconfiado, pois, as penas tinham se desgarrado de sua própria sambiqueira.
Quem provocou as penas a voarem? Quem instigou de longe e de bem perto? Quem bombardeou nas selvas e no deserto? Quem matou com chumbo e de fome a céu aberto milhões de inocentes? Pois, as penas que caíram, eram frutos bem maduros que jogaram suas sementes. Bem entendido: “Quem com unhas fere, com unhas será ferido”
E o que faziam os “vitimados”, quando a águia ciscava e abatia, durante anos, meses e dias, outros Estados? Por acaso não era terrorismo, jogar bombas, durante a madrugada, quando dormiam as crianças, desde Granada? A seguir milhões que morreram de emboscadas, em outros pontos vítimas da triste sina, como até hoje na extinta Palestina sem direito a gritar, e muito menos a se mostrar na tela da televisão? Dizem que: “Quem vê cara não vê coração”, mas muito sentimento pode esconder um grande fingimento.
Pedir clemência a quem, se és poderosa? Pedir ajuda a quem, se tens autonomia? Não há coisa mais hipócrita e ilegítima, quando o carrasco se coloca como vítima.
Enfim, o tempo venceu mais uma vez. A eternidade não existe para um reinado! Todo poder pode ser contestado. Ninguém é tão sabido que não aprenda uma lição. Se um povo pode ter a sua nação. Um país a sua soberania. A prepotência tem limites e se deita diante de quem aprendeu a olhar o tempo com os olhos marejados de utopia.
Terrorismo é o que vivemos aqui, marcados e mandados pelos silvos do FMI. Viver sobressaltados em permanente insônia, vendo as garras da águia depredar a Amazônia. Ser obrigados a engolir a Coca-Cola, e ver nossas crianças e jovens sem escola.
Terrorismo não é apenas bombardear, se chocar e matar seres altivos, é mais: é fingir que mata de repente, no entanto, deixa a penar vivos, tendo que tirar da boca a comida e engolir em seco uma ferida, enquanto o império se mantém na orgia, bebendo a hemorragia de nossa carne ressequida.
Salve o tempo! Salve o tempo! É o único instrumento que ninguém cala, nem derrota, nem impede de existir. É ele quem faz o amanhecer, e deitado na linha do horizonte deixa o sol nascer para fazer sorrir, seca o orvalho e no galho, faz a flor se abrir.


A . Bogo

TODO POEMA DE AMOR É REVOLUCIONÁRIO

Um homem que não ama uma mulher, não pode ser revolucionário.
Existe uma carta de um poeta italiano muito antigo, não me recordo o nome, que diz:
“agradeço o amor que você me revelou, porque me faltava algo essencial para ser um revolucionário completo, que era amar um ser humano da forma como eu te amo”.

A revolução é uma forma intensa de amor.
Tem traços de amor: satisfação, a aventura, o deslumbre, o coração batendo descompassado.
E, principalmente, a certeza de que vamos nos encontrar no cair da tarde num jardim.

O que acontece no teto da revolução é que a noiva é a história.
Não conheço nada que se pareça mais com a fé revolucionária que a fé do amor.
E não conheço nada que se pareça mais com a fé do amor, que a fé de fazer a revolução.

Quando me perguntam: pode um poeta se sentir bem em fazer a revolução?
Repondo: pode um poeta se sentir bem fora da revolução?


( Roberto Fernandes Retamar - combatente da Revolução Cubana)

A Exceção e a Regra

Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso.
Mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra.

Bertold Brecht

domingo, 4 de marzo de 2007

La Internacional

Arriba los pobres del mundo
De pié los esclavos sin pan
Y gritemos todos unidos
Viva la Internacional
Removamos todas las trabas
Que nos impiden nuestro bien
Cambiemos el mundo de base
Hundiendo al imperio burgues

Agrupemosnos todos
En la lucha final
Y se alzen los pueblos
Por la Internacional.

Ni dioses reyes ni tribunos
Está el suplemo salvador
Nosotros mismos realizemos
El elfuerzo redentor
Para ser que el tirano caiga
Y el mundo siervo liberar
Soplemos la potente fragua
Que el hombre libre ha de forjar.

La ley nos burla y el Estado
Oprime e sangra al productor.
Nos da derechos irrisorios
No hay deberes del señor
Basta ya de tutela odiosa
Que la igualdad ley ha de ser
No más deberes sin derecho
Ningún derecho sin deber.

POR QUE ENVELHECE UMA ORGANIZAÇÃO

Corre o tempo mansamente, como as águas dos riachos, a procura do que o destino lhes prometeu: desafiar o infinito para ser eterno.
O tempo vive a contradição de ser velho e novo ao mesmo tempo. Quando uma saudade o torna saudosista, surge uma vontade de fazer algo que ainda não existe, e como criança, engatinha em busca das condições de provocar a nova travessura e, iniciar mais um passo, pela corcunda da velha história.
Uma organização também tem os seus tempos: velhos e novos. Desliza sobre eles como colunas de gente, como se fossem trilhos, que levam os vagões da história, carregados de saudades e sonhos.
O caminho feito precisa ser cuidado, para que as fezes do inimigo não venham tirar o perfume das flores já floridas. A história tem esta preciosidade, de guardar oxigênio, escondido nos pulmões das gerações que nascem, com pena e saudade das que já foram.
Os corpos são canais que se encostam para deixar passar o sangue e os sonhos produzidos. Os que se enterram, formam o canal já pronto, os que se movem, cavam ainda o lugar onde se deitarão para envelhecer. Envelhecer é ficar parados, novo é o que se realiza.
Orgulhosa é a história, tem o cuidado de não se repetir, pelo simples fato de que não pode voltar atrás. Voltar significa pisar sobre o próprio corpo. Por isso segue em frente. Todo dia aparece com um novo vestido, mais triste, quando seus filhos não pensam nada novo; mais florido, quando os sonhos se transformam em passos e desafiam todos os limites.
Quando pára uma organização envelhece. Quando a poesia não se transforma em canto, quando a vitória não se transforma em pranto.
Quando repete e pisa o próprio peito, tentando caminhar o passo feito. Anda para trás; quando os pulmões não sentem os aromas das manhãs.
Se as gerações de quadros não se multiplicam, são pedaços do canal não feito que para trás ficam; por onde vazará a energia, perdida, que tira da organização a própria vida.
Quando as relações entre as pessoas não evoluíram, as mulheres ainda têm o seu senhor, é sinal que o coração bate, mas sem amor.
Onde o jovem no campo em tenra idade, diverte-se atraído pelas luzes da cidade. E a criança cansada já de andar, ainda não aprendeu a soletrar, a palavra liberdade.
Se o veneno é jogado sobre a terra, é porque foi declarado guerra, contra inimigos “inferiores”, que nada podem, a não ser, ajudar os humanos a desenvolver valores.
Quando a teoria se torna escassa, é porque apenas se percebe a força que vêm da massa; mas se a força tem pouca consistência, falta aí um bocado de ciência.
Se as instâncias já não são tão ativas, se tornaram pouco representativas e, correm o risco de andar a esmo, é preciso incentivar, todos a participar, e cada um representar-se a si mesmo.
Cada passo em cada tempo. Criar um pouco por dia. Avançar com humildade. Banhar-se de rebeldia.
A. Bogo

Solidaridad

Mantener siempre atentos los oídos
y el grito del dolor de los demás
y escuchar su llamado de socorro
Es solidaridad
Mantener siempre atento la mirada
los ojos tendidos hacia el mar
en busca de algún naufrago perdido
es solidaridad
Llegar a ser la vos de los humildes
descubrir la injusticia y la maldad
denunciar al injusto y al malvado
es solidaridad
Convertirse uno mismo en mensajero
del abrazo sincero y fraternal
que unos pueblos envían a otro pueblo
es solidaridad
Sentir como algo propio el sufrimiento
del compañero de aquí y de allá
y hacer propias las angustias de los pobres
es solidaridad
Compartir los peligros de la lucha
por vivir en justicia y libertad
arriesgando por amor hasta la vida
es solidaridad

Os que lutam

"Há aqueles que lutam um dia; e por isso são bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis."
Bertold Brecht

A Rosa

A Rosa, foi tirada da terra e jogada na vala!
Os próprios que viam sua firmeza,
conviviam com sua beleza.
Conheciam a força do seu espinho
ajudaram a cortá-la
encurtaram seu caminho.

A Rosa, não cresceu reta!
Sofreu as conseqüências de suas condições
nasceu em terreno sem fertilidade,
mas fertilizou os que a tocaram
inspirou os que a enxergaram
deu vida e disposição para sua geração.

A Rosa sabia que tudo tinha para mudar!
Não imaginava, entretanto, que os que a rondavam
chegaria um dia a entregá-la
em uma bandeja, sem prata
para os coveiros da desgraça.
Os mesmos que sempre tentarão matar a transformação.

A Rosa abatida em sua terra!
Murchou ao ver o erro da guerra
e ali foi encarcerada.
Mesmo despetalada denunciou a propriedade privada.
Nutriu-se do alegre sonho da mudança,
que sempre marcou sua jornada

A Rosa se desviou dos pés da opressão!
Enfrentou a repressão
Disse não aos poderosos
Negou reformas impotentes
Mostrou novamente a saída
Apostou na Revolução.

A Rosa caiu em pleno solo do capital poderoso!
Nunca se desligou da terra
Voando mais alto que as águias
Sabia que era outra sua batalha
Soube voar bem rasteira
Tinha a crítica em uma mão e na outra sua irreverente ação.

A Rosa ainda está viva!
cada jardim e canteiro
cada impasse da luta de classes
cada trabalhador explorado
cada espaço para aprendizagem
cultiva a rosa da verdade.

Hoje a Rosa é lembrada!
É o milagre real do conhecimento.
Está presente nos livros, nas idéias, na formação.
Só podemos lembrar orgulhosos,
que enquanto a ação for crítica, histórica, libertadora
brotará a sociedade pela qual morreu nossa Rosa lutadora.



Eduardo Alves

PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ

Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia varias vezes destruída--
Quem a reconstruiu tanta vezes?
Em que casas Da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma esta cheia de arcos do triunfo Quem os ergueu?
Sobre quem Triumfaram os Cesares?
A decantada Bizancio Tinha somente palácios para os seus habitantes?
Mesmo na lendária Atlântida Os que se afogavam gritaram por seus escravos Na noite em que o mar a tragou. O jovem Alexandre conquistou a Índia. Sozinho?
César bateu os gauleses. Não levava sequer um cozinheiro?
Filipe da Espanha chorou, quando sua Armada Naufragou. Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos. Quem venceu alem dele?
Cada pagina uma vitoria. Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande Homem. Quem pagava a conta?
Tantas histórias. Tantas questões.

Bertold Brecht

Aula de Vôo

O conhecimento
caminha lento feito lagarta.
Primeiro não sabe que sabe
e voraz contenta-se com cotidiano orvalho
deixado nas folhas vividas das manhãs.

Depois pensa que sabe
e se fecha em si mesmo:
faz muralhas,
cava Trincheiras,
ergue barricadas.
Defendendo o que pensa saber
levanta certeza na forma de muro,
orgulha-se de seu casulo.

Até que maduro
explode em vôos
rindo do tempo que imagina saber
ou guardava preso o que sabia.
Voa alto sua ousadia
reconhecendo o suor dos séculos
no orvalho de cada dia.

Mas o vôo mais belo
descobre um dia não ser eterno.
É tempo de acasalar:
voltar à terra com seus ovos
à espera de novas e prosaicas lagartas.

O conhecimento é assim:
ri de si mesmo
E de suas certezas.
É meta de forma
metamorfose
movimento
fluir do tempo
que tanto cria como arrasa

a nos mostrar que para o vôo
é preciso tanto o casulo
como a asa


Mauro Iasi

sábado, 3 de marzo de 2007

Canción Obvia


Escogí la sombra de un árbol para meditar
en lo mucho que podría hacer mientras te esperaba.
Quien espera en la pura esperanza,
vive un tiempo de espera cualquiera.
Por eso, mientras te espero trabajaré en los campos
y dialogaré con hombres, mujeres y niños,
mis manos quedarán callosas,
mis pies aprenderán los misterios de los caminos,
mi cuerpo será quemado por el sol,
mis ojos verán lo que nunca habían visto,
mis oídos escrutarán ruidos antes desapercibidos
en la difusa sonoridad de cada día.
Desconfiaré de aquellos que vendrán a decirme a la sombra de aquel árbol,
prevenidos, que es peligroso esperar de la forma que espero,
que es peligroso caminar,
que es peligroso hablar,
porque ellos rechazan la alegría de tu llegada.
Desconfiaré de aquellos que vendrán a decirmea la sombra de este árbol,
que tu ya llegaste, porque estos que te anuncian ingenuamente,
antes te denunciaban...
Esperaré por ti como un jardinero que prepara el jardín para una rosa
que se abrirá en la primavera.

Paulo Freire

El teatro como reflexión de nuestra vida


Se algum dia

Se algum dia entristecer...
Que a tristeza seja só minha.
E, se eu não a resolver
Que se vá de mim sozinha.

Se algum dia enfraquecer...
Que seja fraca a fraqueza.
Que não atrofie meu peito
E minha luz quede ascesa.

Se algum dia odiar...
Que este dia passe ligeiro.
Que meu sangue se congele
E me remonte por inteiro.

Se algum dia blasfemar...
Deixem-me que diga tudo.
Que me cale em minha voz
Sentindo-me como mudo.

Se algum dia em mim me cerrar...
Que minha alma se rasgue.
Que meu ser se disprenda,
Que meu ego se pasme.

Se algum dia não lutar...
Que haja luta contra mim.
E que eu seja derrotado,
Derrotado até o fim.

Se algum dia não amar...
Que meus olhos se fechem.
Novos tempos hão de vir!
Que novos dias comessem...

Marthin Zang 27/11/2005