jueves, 5 de abril de 2007

AO CHE


Em Santa Clara de longe se avista, o grande comandante comunista. Jovem e esbelto na estátua que o moldura, parecendo ser viva a criatura.
Não há quem não se emocione ao ver o retrato tão fiel, talvez mais do que ficar frente a frente com Fidel.
Em outro ponto é outra a situação, pode-se descer e pegá-lo pela mão. Está logo à frente de onde o trem saiu dos trilhos. Sem o fuzil. Olhar de confiança. Nos braços uma criança como se fosse um filho. Assim também nós nos sentimos, filhos do comandante que seguimos.
No memorial estão os guerrilheiros, enfileirados como companheiros, a espera da voz do comandante, dando a eles ordem para seguir adiante. Ali se encontram objetos deformados que foram tão preciosos quando por eles usados.
Mas o Che não está apenas neste velho mostruário, está no coração do povo, no trabalho voluntário; na moral, nos valores e nos sentimentos, na defesa do país e no comportamento.
As crianças tem orgulho de serem socialistas, defendem a revolução e todas as suas conquistas, têm no olhar uma chama de esperança; reconhecesse apenas pela voz que são crianças.
A juventude está à disposição, para cumprir socialmente sua função. Em suas faces já não se vê as velhas cicatrizes, buscam manter da cultura suas raízes, e vão em massa prestar ajuda solidária em outros países.
Ali se vê que o Che não foi apenas comandante militar, mas um ser inquestionável que sentia e sabia amar. Que tinha um pensamento em cada mão, na boca, uma singela canção, que atraia os ouvidos de seu povo e assim cada qual se tornou novo.
Este artista, arquiteto de um só sonho, que enfrentava o perigo tão risonho, pois sabia o valor que tinha a vida. Como pode sua voz ser esquecida se suas ordens eram cantos nas trincheiras? Seus planos eram como brincadeiras, de crianças tentando moldar o mundo, por isso seu carisma tão profundo, de enfrentar limites e desrespeitar fronteiras.
Poeta do fuzil que não podia caber só em uma ilha, seguiu pelas Américas abrindo trilhas, como um raio de luz penetrando nas florestas, com suas idéias foi abrindo frestas, nas velhas teorias petrificadas, fez dos passos teses elaboradas que, a seu ver sempre foram modestas.
Guerreiro da consciência. Lutador contra a ignorância. Deu aos humanos a máxima importância, porque acreditava na ciência. Transformou o conformismo em impaciência, os limites em degraus entre as batalhas; colocou os acertos sobre as falhas, combateu em si mesmo as deficiências.
Como podemos esquecer ou fingir estar distante? Deste ser que nos chama ardentemente, nas batalhas estará sempre em nossa frente, sendo assim o eterno comandante.



A . Bogo

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